Foi uma noite memorável. Quantas vezes duas centenas de pessoas se reuniram para conversar sobre as suas raízes, as ruínas de um tempo que marcou as suas vidas?
Aconteceu a 18 de Abril de 2009, na Cripta da Igreja Matriz de S. Pedro da Cova. Quase dois séculos depois da abertura das minas de carvão que projectaram este lugar recôndito dos arredores da cidade do Porto, encaixado num vale de íngremes montanhas, na história económica e social da Penísula Ibérica, uma assistência entusiasmada aplaudiu o Manifesto em Defesa do Património Histórico-Cultural de S. Pedro da Cova e assistiu, comovida, ao documentário que Rui Simões realizou nos anos setenta sobre as minas de carvão e os que nela trabalharam.
No final, e antes de João Carneiro, na flauta, bem acompanhado à viola, e Vasco Balio, com a sua guitarra e harmónica, nos terem deliciado com interpretações de chorinhos brasileiros e canções da sua autoria, o investigador Rui Fonseca falou da importância da preservação do património arqueológico de S. Pedro da Cova e o Director do Arquivo Nacional da Torre da Tombo, Silvestre Lacerda, evocando o Dia Internacional dos Museus, insistiu na imprescindibilidade da criação de um museu territorial que preservasse, não apenas o Cavalete de S. Vicente, mas também todo o espaço e testemunhos do complexo mineiro.
CS & EVV