O que pesa é o silêncio
Na capa da revista Fugas do Público de ontem, 28 de Fevereiro, vinha uma imagem de um campo de concentração da Segunda Guerra Mundial com o título Turismo Trágico. Não pude, em certo sentido, deixar de fazer uma associação com as Minas de S. Pedro da Cova. Primeiro porque, como vamos ouvindo dos depoimentos que recolhemos, “ se a mina matava a fome a muita gente, também era local de sofrimento pelas circunstâncias duras em que as pessoas trabalhavam”; segundo, pelas condições actuais de degradação em que o complexo mineiro se encontra e que não deixam de sublinhar o quão trágico é para um povo a perda de memória do seu passado.
Se quiser arriscar um turismo trágico cá dentro, visite as antigas instalações das Minas de S. Pedro da Cova, a 8 quilómetros do Porto, e pode desfrutar de emoções de monumentalidade, de surpresa e de pesar. Tudo isso ligado ao trabalho e à produtividade que é o que se continua a pedir aos portugueses.
Texto e foto: CS
domingo, 1 de março de 2009
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Parabéns pelo blog.
ResponderEliminarDomingo passado fui dar um passeio pedonal com os meus pais e um casal de primos.
Então, Rampa da bela vista, alto da serra, silveirinhos, vila verde, laranjal, com destino minas. Aí fomos até ao cavalete, e como já passaram uns bons anos desde que por lá andei, foi com tristeza que vi o abandono e falta de cuido a que esse emblema da nossa terra foi votado.
Foi com imensa satisfação que ouvi relatos na primeira pessoa dos meus acompanhantes neste passeio. O primo ainda jovem levou a santa padroeira até ao fundo do poço na cesta que levava os mineiros. A minha mãe que tinha medo, quando criança de subir a escadaria de ferro que esta junto ao cavalete quando ia levar o almoço ao meu avô, esse jovem trabalhador que como muito outros não chegou aos cinquenta anos.
Fui estudante da escola preparatória D.Afonso V (do passal) e das faltas, contadas ao limite para não reprovar, muitas foram para fazer explorações ás minas. Nunca fui muito corajoso e por isso não me aventurei muito pelos túneis os meus colegas sim, eu ficava pelas “ pirogas”. Acho que era assim que se chamava.
Como a volta foi sempre a pé lá vai o resto do trajecto, adega azul (dega azul para os amigos), Covilhã, volta do 30 e de volta á rampa da bela vista.
Durante o lanche, que facilmente se compreenderá teve que ser farto e regado, dizem-me que existe uma petição para apelar pelo cavalete. Cá estou!
Aguardo o correio electrónico do site para confirmar petição.
Os amigos que me lembrei! A Carmem, o Adão, a Elsa, o Armando, o Serrinha, o Manel, o Gama, e tantos outros. Já foi há um quarto de século! Que saudades desses tempos. Ai! A Maria dói Céu. Que será feito desta malta?
Abraço! E desculpe ocupar este espaço com a minha nostalgia.
Nuno Figueiredo
Obrigada Nuno Figueiredo por este seu relato. Seja bem-vindo a este Movimento em Defesa da Memória de S. Pedro da Cova.
ResponderEliminarCS
CS obrigado pela avivar da minha memória. É preciso avisar toda a gente.
ResponderEliminarAqueles que gostam do Movimento Cívico do Cavalete de S. Vicente mas que não gostam do lixo tóxico do PCP inserido no vosso movimento, em três meses conseguiram que ontem o projecto de resolução e classificação 495/x"PS" e o mesmo projecto 426/x"PCP" do Cavalete S. Vicente e de todo o Couto Mineiro fossem aprovados pela Assembleia da Republica
ResponderEliminarViva o movimento sem o lixo dos Partidos Políticos "PCP".
Uma correcção, é 526 e não 426.
ResponderEliminarQuanto ao papel do PCP, bem, em ditadura deus nos livre de não termos o PCP, agora em democracia já sabemos como é.